Os preços dos feijões carioca e preto têm apresentado alta generalizada, conforme apontam os levantamentos do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea). Para o feijão carioca de melhor qualidade (notas 9 ou superior), o impulso vem da procura aquecida e da postura firme dos produtores, que buscam negociar novos lotes a valores maiores.
Além disso, a oferta de grãos com padrão superior está menor. No caso do feijão preto do tipo 1, o mercado tem sido sustentado pela necessidade de demandantes de repor estoques em meio ao período de entressafra. Apesar da reação, os valores do grão preto seguem próximos ou ligeiramente abaixo das médias históricas do Cepea, que consideram a série completa de dados desde setembro de 2024 até o momento.
O Brasil é um dos maiores produtores de feijão do mundo, com destaque para os tipos carioca e preto. Na safra 2023/24, a produção nacional de feijão atingiu 3,24 milhões de toneladas, representando um crescimento de 6,8% em relação ao ciclo anterior. O consumo interno permanece robusto, com o feijão sendo um alimento básico na dieta brasileira. No entanto, o consumo per capita tem apresentado tendência de queda, reflexo de mudanças nos hábitos alimentares e aumento da concorrência com outros alimentos.
Apesar da demanda interna significativa, o Brasil também tem se destacado nas exportações de feijão. Entre janeiro e novembro de 2024, as exportações brasileiras de feijão somaram 304,95 mil toneladas, o maior volume já registrado. Esse desempenho consolidou o país como um dos principais fornecedores globais do grão.
No campo, a colheita da terceira safra 2024/25 segue na reta final, e produtores já estão semeando o primeiro ciclo de 2025/26. Especialistas alertam que, apesar da alta nos preços, os custos de produção também aumentaram, o que pode impactar a rentabilidade dos produtores. Além disso, a oferta limitada de grãos de qualidade superior pode continuar pressionando os preços para cima, especialmente se a demanda externa mantiver-se aquecida.
Fonte: Pensar Agro